Vendas correntes recuam em junho, mas varejista de matcon segue otimista com o futuro
Texto: Redação Revista Anamaco
Com dados analisados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) acabam de divulgar o resultado do Termômetro Anamaco de junho.
De acordo com o estudo, após as altas registradas nos meses anteriores, a avaliação do varejo de material de construção com relação às vendas correntes recuou no sexto mês do ano. Apesar disso, os resultados da pesquisa revelam manutenção de um otimismo elevado com relação às vendas esperadas para os próximos três meses.
Na avaliação das entidades, essas oscilações estão em linha com o padrão sazonal relativo à virada do primeiro para o segundo semestre, quando as vendas desaceleram em relação aos meses imediatamente anteriores.
O levantamento mostra que, em nível nacional, a parcela de revendedores que indicaram crescimento nas vendas em junho, em relação a maio, caiu de 35% para 25%. Já as indicações de queda avançaram de 22% para 28% no mesmo período. Na comparação com junho de 2022 houve relativa estabilidade. Naquele momento, as avaliações otimistas sobre as vendas correntes foram 23% do total de respostas, enquanto as pessimistas foram de 22%.
No recorte regional, as assinalações de alta nas vendas caíram bastante frente ao mês anterior no Sudeste (de 34% para 19%) e no Sul (de 34% para 24%). A retração ocorreu em menor grau no Nordeste (de 37% para 30%). O movimento foi o oposto no Norte, região em que a alta passou de 38% para 44%, e no Centro-Oeste, que subiu de 35% para 39%.
Quando os entrevistados foram perguntados sobre as expectativas para os próximos três meses houve ligeira variação entre maio e junho, sempre em torno de níveis elevados de otimismo. Nesse período, as assinalações otimistas passaram de 62% para 63% enquanto as pessimistas foram de 6% para 7%.
Regionalmente, os maiores níveis de assinalações otimistas (alta esperada nas vendas) foram registrados no Norte e Nordeste (71%), mas também foram altos no Centro-Oeste (66%) Sudeste (63%) e Sul (62%).
De volta ao nível nacional, os resultados da edição atual do Termômetro revelaram que o indicador de vendas do mês não se manteve no campo do otimismo (acima de 100 pontos), caindo de 113 pontos em maio para 97 pontos em junho. Em igual mês do ano passado, esse mesmo indicador havia sido de 101 pontos, o que revela que o relativo pessimismo atual está acima do padrão sazonal para o mês.
Na análise por especialidade das lojas, os resultados de junho revelaram piora geral nas vendas correntes. A exceção foram as empresas especializadas em material hidráulico, cujas assinalações de alta passaram de 29% em maio para 36% em junho. Considerando as lojas pelo porte (número de funcionários), o tracking Anamaco de junho mostrou retração geral nas indicações de crescimento das vendas no mês.
As piores quedas ficaram por conta das empresas maiores (mais de 50 colaboradores). Nesses pontos de venda, as assinalações otimistas passaram de 55% para 23% das respostas. No outro extremo (até nove funcionários), essas mesmas assinalações passaram de 30% para 24% no mesmo período.
Quanto às ações do governo esperadas para os próximos doze meses, a percepção dos varejistas do setor apresentou, em junho, pouca variação na comparação com o mês anterior. A parcela de assinalações otimistas foi idêntica (38%) enquanto as pessimistas oscilaram apenas dois pontos percentuais, passando de 38% para 36%. Com isso, as respostas de indiferença também oscilaram minimamente, passando de 34% para 36% no mesmo período.
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