Vendas de cimento crescem em agosto, apura pesquisa do SNIC
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), em agosto, foram vendidas 5,9 milhões de toneladas de cimento, um crescimento de 1,1% em relação ao mesmo mês de 2020. Com isso, no acumulado do ano, foram 43,4 milhões de toneladas comercializadas, o que representa um aumento de 11,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. O desempenho da indústria até agosto, entretanto, registrou uma perda de 2 p.p. em relação a julho, reduzindo ganhos de 13,4% para 11,4%, ou seja, queda de 14,9%. Ao se analisar a venda de cimento por dia útil em agosto, foram comercializadas 244,3 mil toneladas, crescimento de 1,5% sobre julho deste ano e queda de 1 % em relação a agosto de 2020.
De acordo com os principais indicadores, as vendas de material de construção, particularmente do cimento, começaram a perder folego em virtude da menor renda da população, crescente endividamento das famílias - atingiu 58,5%, o maior valor de toda a série histórica iniciada em 2005 -, alto nível de desemprego, diminuição do Auxílio Emergencial e elevação das taxas de juros e inflação.
Por outro lado, a continuidade das obras e das vendas imobiliárias continuam sendo as principais razões e vetores de consumo do produto. De acordo com a pesquisa, outro fator percebido, foi uma leve melhora na demanda do insumo pelas obras de infraestrutura.
A preocupação central do setor é com relação ao aumento generalizado dos custos de produção, principalmente energia térmica e elétrica e outros insumos taxados em dólar. Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, observa que o aumento das vendas de imóveis residenciais em elevado patamar vem contribuindo para o bom desempenho do setor de cimento, mas impõe cautela para o futuro. “A autoconstrução, que já perde fôlego com o crescente endividamento das famílias, continua tendo um papel importante na comercialização do produto. A preocupação central da indústria do cimento é com o significativo aumento do custo de produção, aliado a inflação que corrói a renda do consumidor. O coque, maior custo da indústria, que em 2020 aumentou 125%, já registra um acréscimo de 72% em 2021. Outros insumos como energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários também registram forte incremento de preços”, finaliza Penna.
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