Vendas de cimento no Brasil iniciam 2023 em alta, aponta pesquisa do SNIC
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), as vendas de cimento no Brasil totalizaram 4,9 milhões de toneladas em janeiro, o que representa um aumento de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2022 e de 7,9% frente a dezembro.
A pesquisa indica que a venda do produto por dia útil - que considera o número de dias trabalhados e tem forte influência no consumo - de 201 mil toneladas em janeiro significa uma alta de 2,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 8,1% sobre dezembro de 2022.
Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, observa que, apesar do bom desempenho, o resultado requer uma avaliação cautelosa. “Verificamos que o considerável crescimento tem como principal origem uma base ainda bastante fraca registrada tanto em janeiro como dezembro que tiveram os piores desempenhos do ano passado”, comenta.
O executivo frisa que o setor segue impactado pelas incertezas da situação econômica do Brasil. “As altas da inflação e dos juros, o endividamento das famílias - que só deve se alterar com a sustentação da recuperação do mercado de trabalho - apontam para um horizonte ainda preocupante”, completa.
O mercado da construção continua em queda, tanto na venda de material, quanto no número de financiamentos imobiliários, fazendo com que o índice de confiança do setor registre a quarta queda consecutiva, resultado da piora no ambiente de negócios, diante da possibilidade de manutenção das taxas de juros em níveis elevados por mais tempo. O pessimismo também é verificado pelo consumidor, que permanece reduzindo as intenções de compras para os próximos meses.
Ainda que o cenário não seja favorável, a indústria do cimento segue otimista com a retomada dos investimentos em infraestrutura e com a possibilidade de elevar a presença do cimento em programas habitacionais e saneamento e, do pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas, estradas e rodovias.
Penna salienta que há uma efetiva movimentação da equipe governamental incorporando novos modelos arquitetônicos e recursos destinados a impulsionar o programa Minha Casa, Minha Vida. “Em razão de uma base mais fraca em 2022, devemos ter resultados positivos no início de 2023. Apesar do crescimento no período temos de ter cautela. O grande desafio do setor do cimento diante de um ano tão imprevisível será assegurar um crescimento de 1%, atingindo um patamar próximo a 64 milhões de toneladas, e nos trazer de volta a uma trajetória de expansão de comercialização sustentável do produto, contribuindo para o desenvolvimento do País”, finaliza.
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