Vendas de cimento registram queda em julho, indica SNIC
Texto: Redação Revista Anamaco
A indústria do cimento continua enfrentando os gargalos associados ao aumento nos preços de insumos e um cenário econômico difícil, elevando a insegurança em relação ao desempenho do setor nos próximos meses.
De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), em julho, as vendas do produto registraram queda de 6,8% em relação a igual período de 2021, atingindo 5,5 milhões de toneladas comercializadas. Na análise do despacho de cimento por dia útil, de 234,5 mil toneladas, há uma queda de 2,6%, em julho sobre mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a julho, o recuo é de 3,3%.
Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, lembra que a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de seis meses, acelerou a elevação dos preços de insumos energéticos, principalmente no coque de petróleo, matéria-prima essencial da indústria do cimento. Paralelamente, são registrados sucessivos aumentos de energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários.
O executivo observa que, no âmbito doméstico, a elevação da Selic para 13,75% desfavorece o acesso ao financiamento habitacional. Apesar disso, o anúncio das alterações no Programa Casa Verde e Amarela injetaram novo ânimo no setor de imóveis de baixa renda. “A desaceleração do crescimento global, o aumento das taxas de juros no âmbito nacional e internacional e as incertezas na economia brasileira, sinalizam um final de ano pouco otimista para a indústria de cimento, que prevê uma queda nas vendas em 2022”, lamenta o executivo.
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