Vendas de cimento seguem pressionadas por custos, apura SNIC
Texto: Redação Revista Anamaco
As vendas da indústria do cimento em abril seguiram a tendência de retração do primeiro trimestre e registraram queda de 2,9% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em termos nominais foram comercializadas 5,2 milhões de toneladas, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).
Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, observa que o ambiente de instabilidade geopolítica, somado aos indicadores internos desfavoráveis como o recorde no endividamento das famílias, juros em patamares elevados (12,75%) e a maior inflação registrada em 27 anos continuam a impactar o setor.
No cenário externo, a produção industrial global caiu em abril pela primeira vez desde junho de 2020, influenciada principalmente pela guerra da Rússia x Ucrânia e pelo o lockdown chinês, afetando negativamente a economia brasileira.
Diante desse cenário, a indústria cimenteira verifica, ainda, importantes reajustes em seus insumos, tais como: refratários, gesso, sacaria, frete marítimo e rodoviário e coque de petróleo, que encarecem os custos de produção. Todos esses fatores foram determinantes para que as vendas de cimento apresentassem retração de 2,6% no quadrimestre em relação ao mesmo período de 2021, totalizando 20 milhões de toneladas comercializadas.
Segundo o estudo, o volume de vendas de cimento por dia útil apresentou alta de 3,8%, em relação ao mês de março influenciado pelos feriados de abril. No acumulado do ano (jan-abril), seguindo a tendência dos números absolutos, o desempenho é de queda de 2,7%. “Os resultados sinalizam um horizonte ainda incerto, diante de um cenário de instabilidade geopolítica e de sucessivas altas na inflação, taxa de juros e nos custos dos insumos de produção. Nesse sentido, a indústria do cimento vem trabalhando fortemente em projetos de substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis, já atingindo 28% de taxa de conversão energética”, explica Penna.
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