Vendas menores em 2020
Texto: Redação Revista Anamaco
De acordo com dados mapeados pela Cielo, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) recuou 9,8% em dezembro em relação ao mesmo mês de 2019 já descontada a inflação. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo lojista, o ICVA apresentou queda de 3,4%.
A retração seria ainda maior, desconsiderando os efeitos de calendário, que nesse mês beneficiaram o resultado do varejo. Desconsiderando esses efeitos, o índice do mês recuou 10,9%, descontada a inflação. Em termos nominais, com os ajustes de calendário, o índice retraiu 4,6%. “Em dezembro, o varejo voltou a desacelerar, assim como havia ocorrido em novembro, interrompendo uma tendência de recuperação que vinha desde abril, possivelmente já refletindo um impacto da nova onda do Covid-19”, afirma Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo.
Com o resultado de dezembro, o comércio varejista fecha 2020 com seu pior resultado desde 2014, quando o ICVA começou a ser produzido. De acordo com a Cielo, as vendas no varejo brasileiro caíram 13,9% no ano, descontada a inflação, em comparação a 2019. Em termos nominais, o ICVA em 2020 apresentou queda de 10,4%. “Os anos de 2017, 2018 e 2019 haviam sido de retomada, após a crise econômica dos anos anteriores, mas infelizmente em 2020 a pandemia acabou impactando muito fortemente as vendas no varejo”, complementa Mariotto.
O macrossetor de Serviços foi o mais afetado pela pandemia. Descontada a inflação, apresentou uma queda de 31,6% em 2020 - em termos nominais, a retração foi de 33,3%. Em seguida, vêm os Bens Duráveis e Semiduráveis, com quedas de 15,0% deflacionada e de 13,3% nominal. O macrossetor de Bens não Duráveis apresentou um recuo deflacionado de 3,6% e, em termos nominais, um crescimento de 2,8%.
Exceto o Norte, todas as demais Regiões do País apresentaram desaceleração na passagem mensal de acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário. No Sudeste, a queda foi de 12,4%, seguida das Regiões Nordeste (-10,5%), Sul (-10,5%), Centro-Oeste (-6,3%) e Norte (-0,6%). Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, o destaque foi a Região Norte, com crescimento de 7,5%, seguida pelo Centro-Oeste (0,3%). As demais regiões apresentaram quedas: Sudeste (-6,7%), Sul (-3,9%), Nordeste (-3,5%).
O ICVA acompanha, mensalmente, a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por 1,5 milhão de varejistas credenciados à companhia.
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