Vendas reais da indústria paulista recuam em agosto, indicam Fiesp e Ciesp
Texto: Redação Revista Anamaco
As vendas reais da indústria paulista recuaram 1,1% em agosto frente a julho, aponta o Levantamento de Conjuntura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Esse é o primeiro resultado negativo após dois meses com crescimento (2,2% e 2,0% nos meses de junho e julho, respectivamente). Os destaques setoriais de retração no mês foram químicos (-13,4%), têxtil (-10,5%) e alimentos (-8,0%).
O estudo indica que as horas trabalhadas na produção retraíram 0,3%; os salários reais médios, 0,1%, enquanto o NUCI passou de 79,8% para 79,0% (-0,8 p.p.). Todos os dados acima apresentados estão livres de influência sazonal.
Apesar do dado mensal negativo, no acumulado em 12 meses até agosto, as vendas reais (-7,8%) indicam tendência de recuperação, após atingir o vale no mês de junho (-9,6%). Da mesma forma, os salários reais médios têm acumulado retração de 1,3% até agosto (-2,3% em junho). Já as horas trabalhadas na produção acumuladas até o mês de agosto permaneceram com o mesmo acumulado até julho (+1,4%).
Na análise das entidades, o momento é de cautela quanto aos indicadores econômicos atuais. Por um lado, os estímulos fiscais adotados pelo Governo Federal, a abertura econômica e a melhora dos gargalos da cadeia de distribuição de insumos contribuíram para um crescimento da demanda agregada da indústria nos últimos meses. Por outro, o aperto monetário através da elevação da taxa Selic, a desaceleração das principais economias globais no médio prazo e a crescente tensão quanto ao prolongamento da guerra entre Rússia e Ucrânia são fatores de atenção para a economia brasileira entre o final de 2022 e o ano de 2023.
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