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Texto: Redação Revista Anamaco

A Votorantim Cimentos aumentou em 62% o volume de resíduos utilizados no processo de produção de cimento na fábrica de Vidal Ramos (SC). A empresa é a primeira no Brasil a instalar a tecnologia by-pass de cloro, que funciona como um filtro que tem a finalidade de retirar do forno de cimento o cloro em excesso proveniente dos resíduos.
Carlos Roberto Moreira da Cunha, gerente da fábrica de Vidal Ramos, explica que o by-pass permite que uma maior quantidade e tipos de resíduos que não podem ser reaproveitados ou reciclados, como plásticos, tecidos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sejam destinados de forma sustentável por meio da tecnologia de coprocessamento. 
Com investimento de R$ 55 milhões, o projeto prevê que a unidade amplie o volume de resíduos coprocessados, passando de 45 mil toneladas por ano para 73 mil toneladas anuais - número equivalente a 45 piscinas olímpicas cheias de resíduos.
Com o by-pass de cloro, a planta catarinense deverá destinar mais resíduos aproveitando seu conteúdo energético como fonte alternativa para produção de cimento e praticando, dessa forma, o conceito de economia circular. “Hoje, 40% dos combustíveis que alimentam os fornos de cimento são provenientes do coprocessamento. Após a instalação do filtro de cloro, a estimativa é que esse índice possa chegar a 70% em 2027”, explica Cunha.
Segundo ele, o coprocessamento é uma tecnologia reconhecida mundialmente para a destinação adequada e ambientalmente correta de diferentes tipos de resíduos, não utilizados na reciclagem ou reaproveitados e que possuem o reaproveitamento energético nos fornos da indústria de cimentos. Esses resíduos e biomassas substituem o coque de petróleo, que é um combustível fóssil não renovável. Essa substituição auxilia na redução de emissões de gases de efeito estufa tanto durante a produção de cimento quanto no processo de decomposição dos resíduos, que deixam de ir para os aterros. 
O gerente comenta que, em 2021, a fábrica de Vidal Ramos consumiu 65 mil toneladas de coque, que é um combustível derivado do petróleo. Em 2023, com o by-pass, estima-se que esse número caia para 53 mil toneladas. Com essa redução, a previsão é que a unidade deixe de emitir 12,2 mil toneladas de CO₂ em 2023, representando uma redução de 5% das emissões. “Os resíduos em geral têm em sua composição uma determinada quantidade de cloro. Os materiais que apresentavam esse elemento em excesso não podiam ser utilizados no coprocessamento pela indústria cimenteira ou tinham a sua utilização bastante limitada. Agora, com o sistema by-pass, podemos utilizar os materiais com alto teor de cloro. A ampliação de tipos de resíduos utilizados no coprocessamento aumenta nossa prática de economia circular, tornando a nossa unidade ainda mais sustentável”, afirma.

Foto: Divulgação