Votorantim Cimentos encerra 2022 com aumento de 16% na receita líquida
Texto: Redação Revista Anamaco
A Votorantim Cimentos encerrou 2022 com receita líquida global de R$ 25,8 bilhões, o que representa um aumento de 16% em relação a 2021. Osvaldo Ayres Filho, diretor de operações da empresa, explica que o desempenho é resultado da estabilidade no volume de vendas e da dinâmica de preços favorável em todas as regiões em que opera, que mitigaram a pressão de custos e o impacto do câmbio no período. O volume total de vendas nos países em que tem operações somou 36,8 milhões de toneladas de cimento, 1% abaixo do comercializado no ano anterior.
A companhia registrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão em 2022, 30% a menos que o apurado no exercício anterior. A queda é explicada, principalmente, pelo impacto negativo do aumento de custos no resultado operacional e maior depreciação, referente aos ativos adquiridos nos últimos anos. “Alcançamos mais um ano de resultados sólidos por meio da disciplina na execução de nosso mandato estratégico, apesar do cenário global com alta inflacionária, aumento das taxas de juros e ainda sofrendo as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia. Localmente, o endividamento das famílias e a retração no crédito afetaram os investimentos em obras e reformas, que impactaram o mercado nacional de cimento. Mesmo diante desse quadro, aumentamos nossos investimentos concentrados em melhoria de competitividade, ampliamos e lançamos novos negócios e expandimos nossas operações em mercados importantes, como a Espanha. A companhia segue mais forte e resiliente, estando mais bem preparada para as oportunidades e desafios”, frisa o executivo.
Segundo ele, nesse cenário, o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 4,9 bilhões no ano passado, queda de 6% na comparação com o exercício anterior. Já a Margem EBITDA foi de 19% em 2022, redução de cinco pontos percentuais em relação a 2021 devido aos impactos inflacionários da conjuntura internacional nos custos da companhia.
A companhia encerrou 2022 com alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA Ajustado, de 1,55x, o melhor resultado em mais de dez anos. A companhia chegou ao final de 2022 com saldo de caixa no valor de R$ 4,9 bilhões, uma sólida liquidez suficiente para cumprir com as suas obrigações financeiras para os próximos quatro anos. “Mantivemos a alavancagem no mesmo patamar de 2021, reforçando nossa disciplina financeira, viabilizando o aumento de investimentos, o pagamento de dividendos e as aquisições em um ano com aumento de custos relevantes”, afirma Bianca Nasser, diretora Financeira global da Votorantim Cimentos.
No Brasil, a Votorantim Cimentos alcançou receita líquida de R$ 12,7 bilhões em 2022, crescimento de 23% em relação a 2021. O diretor comenta que a dinâmica de preços favorável compensou a ligeira queda de volume no mercado de cimento, principalmente no setor de autoconstrução, impactado pela conjuntura econômica, mas que também foi parcialmente compensado pelos setores imobiliário e de infraestrutura. O EBITDA ajustado foi R$ 2,4 bilhões, resultado operacional ligeiramente maior, de 2%, comparado a 2021. Além da dinâmica de preços implementada, o crescimento dos negócios adjacentes contribuiu para o resultado e mitigou a pressão de custos.
De acordo com a empresa, no ano passado, os investimentos em expansões, modernização e sustentação do negócio (Capex) somaram R$ 2 bilhões, crescimento de 36% em relação a 2021. Entre esses investimentos estão projetos atrelados à melhoria de competitividade, aos compromissos de descarbonização da companhia e a nova operação de moagem e expedição de cimento na cidade de Minas, no Uruguai. “Em novembro, a Votorantim Cimentos concluiu a aquisição das operações da Heidelberg Materials no Sul da Espanha, que incluem uma moderna fábrica integrada de cimento localizada na cidade de Málaga, três minerações de agregados e 11 usinas de concreto na região da Andaluzia”, lembra Ayres Filho.
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